Kuan Yin
Bodhisattva da compaixão e deusa da misericórdia
Quanto mais nos aprofundamos nos simbolismos e na espiritualidade que envolvem as artes decorativas, mais percebemos que tudo está conectado e que elas são verdadeiros convites a encontrarmos o caminho iluminado - o estado de quietude entre as oscilações da mente, que chamamos de nirvana. E é isso que representa a deusa Kuan Yin.
Esta deidade é venerada em várias culturas da Ásia Oriental e está presente no taoismo e vertentes do budismo sob nomes distintos como Kwun Yum (em Hong Kong); Kannon, Kanzeon Bosatsu ou Kwannon (no Japão); Quan M (no Vietnã); Kuan Eim ou Mae Kuan Im (na Tailândia); Tara Verde (no Tibete); Gwan-eum ou Gwaneum Bosal (na Coreia); e Guan Shi Yin, Kuan Shi Yin ou abreviada como Kuan Yin (na China) - a denominação que nos é mais familiar.
A deusa Kuan Yin geralmente apresenta o Akash Mudra nas suas mãos
A adoração a Kuan Yin foi introduzida no budismo chinês no século I, cuja aparição sob forma feminina, intuitivamente maternal, foi inicialmente referida no Saddharma-pundarika Sutra (ou Sutra do Lótus) - um dos mais importantes ensinamentos de Buda.
A benevolência e amorosidade com todos os seres sencientes junto a forte espiritualidade, sobretudo em momentos de grandes dificuldades, consentiram-na a realização de milagres, personificando a sua imagem à compaixão incondicional.
Popularmente conhecida como “aquela que ouve os lamentos do mundo”, Kuan Yin configura o arquétipo da misericórdia, do amor e da compaixão. Ela inspira um ensinamento superior e mostra-nos que os atos meritórios são o caminho divino para nos libertarmos dos nossos atos cármicos.
As suas referências no Sutra do Lótus faz-nos procurar pala nossa sabedoria interna e reconhecer a manifestação do sagrado em nós e em tudo o que nos cerca.
A deusa da misericórdia é representada com muitos elementos significativos como a flor de lótus, que mostra a suprema espiritualidade alcançada por ela e que podemos conquistar; o jarro de água (ou vaso sagrado), que a conecta com os oito símbolos budistas da boa fortuna; o akash mudra, gesto feito com as mãos no intuito de ampliar o cosmos dentro de nós e nos reunir com a consciência coletiva; e o ramo de salgueiro, que exprime resiliência.
A coroa, que retrata a luz infinita de Amitabha, mentor de Kuan Yin; o pássaro, enfatizando a fecundidade enquanto potência o nosso ser; o colar, cujas contas remetem aos seres vivos e aos seus processos para alcançar a iluminação; bem como o livro (ou rolo de papéis), que manifesta o Dharma; e o dragão, correspondendo à sabedoria e alta espiritualidade; são outras simbologias relevantes que configuram a sua imagem na arte decorativa.
Essencialmente, Kuan Yin abarca a mãe onipresente, plena de pureza espiritual, que intercede em todas as direções simultaneamente. É capaz de sentir as aflições de todos os seres e responder misericordiosamente às orações, assim como amparar aqueles que transgridem leis universais e não suportam o retorno cármico.
Por este motivo, não é de se surpreender que algumas vertentes budistas a esculpem alegoricamente com oito braços ou mais
Ao inserir Kuan Yin na decoração - seja por meio de esculturas, incensários, fontes e pinturas - irradiará a beleza, benevolência, proteção e sabedoria maternal que lhe são características em todo o ambiente.
E quer uma recomendação? Experimente entoar os mantras Namo Guan Shi Yin Pusa e Om Mani Padme Hum diante da sua imagem e sinta a energia misericordiosa da deusa agindo no seu interior!
Namastê
Divina Ativa
Despertamos a Divindade que há em si!